PAINEL 2 - ecofeminismos e justiça social
O capitalismo, o patriarcado, a colonialidade e a destruição do planeta estão intrinsecamente ligados. As alterações climáticas afetam de forma desproporcional as pessoas e as regiões que menos têm contribuído em termos das emissões de gases com efeito de estufa (GEE).
Numa visão histórico-materialista da mudança ambiental, a ecologia política feminista introduz uma visão clara de como esta situação decorre da interseccionalidade de opressão: classe, “raça”/etnia, género e espécie, que tem origem na convergência histórica do patriarcado com a sociedade capitalista. Um programa ecossocialista integra um ecofeminismo que combina feminismos culturais, socialistas, negros e anticoloniais, desafiadores das várias formas de repressão, alienação e dominação. Numa perspetiva ecossocialista, este painel procura refletir e partilhar possibilidades e formas de intervenção nas lutas feministas, que se articulem com os múltiplos movimentos emancipatórios contra as discriminações, as violências e em defesa dos Direitos Humanos. |
COMO PONTO DE PARTIDA, LANÇAM-SE ALGUMAS QUESTÕES A DEBATE:
(i) Em que corrente ecofeminista nos situamos?
(ii) Qual o contributo do ecofeminismo na luta anticapitalista e ecossocialista? (iii) De que forma as mulheres rurais e camponesas podem ter papel num ecofeminismo não essencialista? (iv) Como é que a luta ecofeminista se cruza com a luta das mulheres dos bairros sociais e dos grupos subalternizados? (v) A perspetiva ecofeminista contribui para um feminismo negro e para a anticolonialidade? (vi) Como construir a luta interseccional entre o ecofeminismo e as lutas LGBTQIA+? (vii) De que forma o ecossocialismo feminista pode contribuir para reforçar as lutas contra as violências de género e contra as mulheres? |
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